Tomada de Decisão, heurísticas (atalhos mentais) e vieses cognitivos

Tomada de Decisão, heurísticas (atalhos mentais) e vieses cognitivos

Alguma vez teve a impressão de que algo poderia dar errado? De que poderia perder muito ao tomar uma determinada decisão? E pensou veementemente que, com essa decisão tudo poderia descambar na sua vida?

Se sim, não se preocupe, pois isso significa que é uma pessoa normal, pois todos nós temos essa capacidade em comum, de procurar tudo o que pode dar errado e de sofrer por antecipação com algo que apenas existe no nosso cérebro e na nossa mente.

Isso é o resultado de uma vida rica de experiências que nos torna humanos na tentativa de sobreviver e de lidar com imprevistos de toda a espécie e principalmente com o desconhecido.

  Os processos de tomada de decisão automáticos baseados em heurísticas, os chamados atalhos mentais, podem ocasionar vieses,  uma tendência sistemática de nos desviarmos da racionalidade. O que acontece nestes casos é que esses mesmos vieses cognitivos acabam por distorcer e/ou limitar a nossa capacidade de tomar decisões racionais.  

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A lista de vieses cognitivos é extensa, existindo acima de centena e meia já devidamente identificados e explicados pela psicologia, pelas ciências cognitivas e comportamentais, assim como pelas neurociências.

As heurísticas são atalhos, respostas rápidas e prontas do nosso cérebro em resposta a estímulos percepcionados e que por sua vez refletem-se nos nossos comportamentos do dia a dia.

Em muitos casos esses atalhos ajudam-nos a tomar boas e rápidas decisões, com resultados bastante satisfatórios, mesmo que por vezes sejam decisões imperfeitas ou mesmo incompletas. No entanto, o uso destes atalhos também pode conduzir a erros sistemáticos, os chamados vieses cognitivos, uma tendência sistemática de contornar de alguma forma a racionalidade.

Apesar das heurísticas serem fundamentais para a nossa sobrevivência enquanto espécie humana, importa salientar que não estamos condenados a tomar decisões sempre por essa via. Temos a capacidade de refletir e decidir por meio desse atalho intuitivo, através do sistema 1, segundo Daniel Khaneman (2012).

Uma forma de baixar a probabilidade do erro das heurísticas no processo de tomada de decisão é conhecê-las e sempre que tivermos a consciência de estar prestes a utilizar um atalho mental, sujeitarmos essa decisão a uma avaliação mais aprofundada e racional.

Heitor Fox (Neurocach/Trainer)

#Pain Researcher

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