Porque falha assim tanto a Formação de líderes?

Porque falha assim tanto a Formação de líderes?

A cada dia que passa torna-se mais visível que o rei vai nu no que toca à liderança. Sejam lideranças empresariais, sociais ou políticas, constata-se que existe um défice cada vez maior no que concerne à visão, à consciência crítica e por consequência à ação!

Ao longo de mais de 30 anos de experiência profissional, de contactos aos mais variados níveis da hierarquia empresarial, social e política e muito principalmente pelo facto de permanentemente estar ligado à formação na área das soft skills e do desenvolvimento pessoal, tenho observado deficiências evidentes na formação de líderes. Formação essa que carece de uma desconstrução ao nível dos seus conteúdos tal como das suas metodologias de ensino/aprendizagem.

A formação em liderança carece também de uma reflexão mais profunda e de uma aplicação de novas metodologias de comunicação, tendo em conta os avanços da neurociência aplicada, da psicologia, das ciências cognitivas e outras derivadas do estudo do cérebro e do comportamento humano.

Nestes diferentes campos disciplinares, poderei mencionar a título de exemplo, alguns elementos chave a ter em conta, na formação em liderança, a curiosidade, a descoberta, o humor, as emoções ou ainda a narrativa.

“Todas as inovações eficazes são surpreendentemente simples. Na verdade, o maior elogio que uma inovação pode receber é haver quem diga:Isto é óbvio! Por que não pensei nisso antes?”-Peter Drucker

O mundo tem evoluído a um ritmo assustador e o mais curioso é que as entidades formadoras, as instituições de ensino e a maioria dos agentes intervenientes no processo de ensino/aprendizagem têm tido uma certa dificuldade em parar para refletir de forma consciente, crítica e ativa. Refletir sobre os conteúdos, sobre processos, sobre as metodologias, sobre os valores e sobre os propósitos que orientam a atuação de cada um de forma individual e coletiva.

Mais ainda, sem uma atitude mais crítica que coloque em causa muito do que é feito da mesma forma há muitos anos, estaremos condenados a ser acríticos e passivos numa matéria de elevada responsabilidade social, pois é daqui que nascem os líderes por engano, que conseguem assumir cargos para os quais não estão preparados, arrastando muitos para "terrenos escorregadios e pantanosos".

Gosto da definição dada por um dos profissionais que mais admiro pela sua capacidade crítica e pela sua forma de intervir social e politicamente, um diretor pedagógico de uma escola profissional durante muitos anos, Joffre Justino, um economista e gestor com características de um líder social, que diz:

"Liderar é ser capaz de gerir emoções próprias e as emoções da sua própria equipa no desenvolvimento de uma ideia coletiva, de um propósito e apesar de não existirem receitas únicas, a formação de líderes deve permitir abrir pistas, desbloquear os retraimentos, fomentando a atitude crítica e a ação interventiva em liberdade e em verdade."

E os riscos de uma formação deficitária e deficiente? Será que alguém já investigou quanto as empresas gastam em formações parcas de conteúdos e de prática consubstanciada em ações efetivas e de baixo retorno? E se esse investimento pudesse ser realizado de forma mais conscienciosa e pragmática? Valerá a pena evitar de desperdício de recursos da sua organização?

Heitor Fox (Neurocoach/Trainer)

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coach@heitorfox.com

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