Não é verdade que as empresas de sondagens estejam erradas!

Não é verdade que as empresas de sondagens estejam erradas!

Houve uma grande surpresa para todos os que seguiram as eleições autárquicas em Lisboa. Fernando Medina perdeu! Como foi possível? Se todas as sondagens davam como garantida a vitória do PS na capital, como explicar esse facto tão insólito?

Sondagens encomendadas? Não é crível que tal tenha acontecido! Erro técnico? Problemas com o método Também não faz sentido! Então como explicar o sucedido?

Fácil, a decisão de "compra" do consumidor é feita no momento em que o mesmo tem de colocar a cruz no boletim. Isso explica o porquê de nas sondagens o Fernando Medina ter uns 7 a 10 pontos percentuais a mais do que o seu rival Carlos Moedas e mesmo assim acabar por perder as eleições.

Porque quando perguntado ao consumidor em quem ele votaria... pura e simplesmente esse mesmo consumidor (eleitor) diz algo que não é verdadeiro, em que ele não acredita mas que fica bem dizer, para se justificar ou então mente a si próprio sem sequer ter a consciência da imprevisibilidade das suas "dores". E a questão é que cada um tem as suas dores e são essas mesmas dores quem, em última instância irão condicionar o comportamento do consumidor no ato da votação!

Não, não somos seres racionais. Somos seres emocionais e procuramos racionalizar para justificar as decisões que tomamos no dia a dia, frequentemente baseadas nas nossas emoções.

O ser humano procura respostas para as suas dores, procura a solução para os seus problemas e a resolução de conflitos concretos. Por isso é essencial, compreender o conceito da dor do consumidor (eleitor) e perceber que são as pessoas as responsáveis pelos resultados das sondagens. Foram elas que responderam em conformidade com o que pensavam no momento em que responderam aos inquéritos.

Ao contrário das "necessidades" (aquilo que conscientemente pensamos que necessitamos), a "dor" muitas vezes está subjacente mas nem sempre de uma forma evidente. E no momento certo acaba por condicionar o comportamento humano provocando os resultados que aconteceram nas eleições autárquicas.

Entender o comportamento humano requer acima de tudo, conhecer verdadeiramente o que somos do ponto de vista da neurobiologia, quem somos do ponto de vista filosófico e como fazemos do ponto de vista psicológico.

A neurociência aplicada, o neuromarketing e muitas outras ciências que interagem e se interligam umas às outras devem ser encaradas pelas organizações e partidos políticos como objeto de estudo e passíveis de contribuir para o seu sucesso.

E se fosse possível “capturar” a atenção dos potenciais eleitores no meio de tanto ruído? E se fosse possível aumentar a perceção de valor das suas propostas? E se além disso pudesse desenvolver mais ideias e aumentar a capacidade da sua comunicação ?

"It's All About Your Brain"

Heitor Fox

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