Compreender melhor o cérebro e a mente para uma aprendizagem mais eficaz.
O confinamento veio relevar uma nova realidade complexa, conciliar o pessoal e o profissional, os interesses dos filhos/estudantes com os pais/profissionais e os animais de estimação, passou a ser algo extremamente exigente e desgastante em muitos casos.
Ter de partilhar o mesmo espaço físico limitado com as inúmeras atividades que decorrem da vida diária privada e profissional de cada elemento de uma família acaba por ser um bom exercício de estratégia, pois requer compreensão, visão e muita boa vontade de todos, para consolidar o bem estar e o sucesso coletivo.
Para além do que foi mencionado, acresce ainda o facto do nosso cérebro e a da nossa mente estarem a ser sobrecarregados de uma forma como até aqui nunca aconteceu, o que acarreta dificuldades acrescidas e que em muito contribuem para um decréscimo acentuado da saúde mental.
O excessivo recurso aos meios digitais e a sobrecarga de estímulos implica perceber melhor como o nosso cérebro e a nossa mente funcionam na prática e o que se pode fazer para que a comunicação seja mais eficaz e se desperdicem menos energias.
Não basta transformar o ensino presencial num evento online para se garantir o sucesso da aprendizagem.
É preciso entender que o cérebro e a mente têm as suas limitações e que uma hora no presencial não tem a mesma duração no formato online. As aulas não podem ter mais do que 50 minutos e devem existir mais interregnos e incutir nos alunos a necessidade de se movimentarem de meia em meia hora, com algum tipo de exercício passível de execução rápida.
Entender ainda que o PowerPoint e todos os recursos visuais acabam por ser mais importantes e como tal devem ser pedagogicamente bem utilizados, evitando o excesso de palavras e utilizando imagens impactantes que capturem a atenção dos alunos, fomentem a curiosidade e motivem os estudos.
Quando isso acontece, entre outras situações, o cérebro segrega um cokctail emocional composto por substâncias químicas como a dopamina, que acabam por contribuir grandemente para o processo de aprendizagem.
Por isso importa tanto o planeamento e a metodologia, na organização de aulas inovadoras, capazes de gerar entusiasmo e interesse e aqui, as tecnologias e as aplicações acabam por ser um aliado estratégico dos professores.
Outra premissa verdadeiramente importante, o bem estar dos professores. É crítico e é talvez a componente mais importante de todo o processo de ensino/aprendizagem e que urge trabalhar, a criatividade das suas aulas, mantendo os níveis de energia altos através do seu entusiasmo.
"O cérebro precisa de se ‘emocionar’ para aprender."
(Francisco Mora - Doutor em Neurociência e Medicina)
Atenção, emoção e memória estão por isso intimamente ligados entre si e são os pilares de uma nova forma de encarar o processo de ensino/aprendizagem, através de conhecimentos da neurociência aplicada, em suma, através da neuroeducação.
Hoje mais do que nunca, importa refletir e buscar novas fórmulas baseadas no conhecimento do cérebro e da mente humana, fomentar a interdisciplinaridade entre as diversas áreas e profissionais nos mais variados domínios do conhecimento.
Entender o comportamento humano requer acima de tudo, uma vontade genuína de fazer mais e melhor, de conhecer verdadeiramente o que somos do ponto de vista da neurobiologia, quem somos do ponto de vista filosófico e como fazemos do ponto de vista psicológico.
"It's All About Your Brain"
Consultor e Analista Comportamental - PDA International
Consultant Neurocoach/Trainer - #Pain Researcher - Clinical HypnoTherapist.
Scientific Advisory Board DCG Lab